Recebo [e o Jornal é! também] inúmeras denúncias envolvendo possíveis atos irregulares tanto no executivo como no legislativo limeirense. Na medida do possível, vamos checando os documentos, os dados e as informações recebidas. Ao confirmarmos que os indícios de possíveis atos ilegais e/ou imorais são fortes, pesquisamos, investigamos e fazemos uma matéria sobre o assunto. Pode ser uma pequena nota neste Blog ou até uma matéria mais ampla que normalmente divulgamos no Jornal é!
Em nenhum momento nosso objetivo foi o de atingir alguém pessoalmente. A finalidade é darmos a nossa contribuição visando o bom andamento da coisa pública; a boa aplicação dos recursos públicos. Enfim, a informação e a verdade aos nossos leitores.
Ultimamente temos recebido muitas informações e denúncias sobre pessoas que estariam nomeadas em determinados departamentos ou setores da prefeitura, mas que na verdade ninguém conhece essas pessoas. Não conhece porque não trabalham no local indicado na Portaria. Se esse mecanismo utilizado é desvio de finalidade eu não sei, mas que o fato se confirmou no dia de ontem, quando fui checar uma dessas informações.
Uma pessoa anonimamente nos informou que um determinado funcionário e ex-candidato a vereador tinha sido nomeado em uma repartição na prefeitura de Limeira, mas que não trabalhava lá. A pessoa alvo da denúncia era o senhor JAIRO LUÍS PEDROZO, nomeado pela Portaria nº 101, publicada no Jornal Oficial do Município no dia 5 de fevereiro de 2005 [fotos].
A nomeação foi para o cargo de Coordenador Técnico da Diretoria de Desenvolvimento Econômico e Orçamentário, da Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo. A referida Portaria entrou em vigor no dia 10 de fevereiro de 2005.
Pois bem.
Apuramos inicialmente que realmente o senhor PEDROZO tinha sido nomeado conforme comprovamos depois de pesquisas realizadas. e também que esse cidadão tinha sido candidato a vereador na última eleição pelo PTN, cujo apoio foi dado ao então candidato Silvio Félix da Silva.
Depois procuramos nos dirigir para o departamento indicado na portaria para constatarmos se o nobre senhor trabalhava realmente naquele departamento. Na área que atende as pessoas no balcão, perguntamos para dois funcionários que ali trabalhavam, se o senhor JAIRO LUÍS PEDROZO trabalhava no departamento. Os dois disseram desconhecer esse fato. Comentaram que não o conheciam e pediram para que me dirigisse para sala ao fundo do corredor para falar com a secretária.
Fui. A secretária não estava, mas estava um bom funcionário que conheço e que trabalha lá há vários anos. Perguntei se o JAIRO LUÍS PEDROZO trabalhava naquele local. Ele, o funcionário, me disse que não e que o cargo que falei que ele ocupava, o experiente funcionário achava que estava extinto. Porém, disse conhecer o cidadão e falou que provavelmente ele trabalhava "na Obras" ou no SAAE. Esse departamento [obras] fica no mesmo prédio que eu estava, ou seja, ao lado da Secretaria de Planejamento. Me dirigi para lá.
Ao fundo de outro corredor estava uma jovem mocinha sentada numa escrivaninha. Perguntei se ela sabia se o senhor JAIRO LUÍS PEDROZO trabalhava lá. Ela disse que não conhecia, mas pegou o telefone e ligou para alguém. Logo depois me falou que ele trabalhava lá, mas que havia dois ou treis meses que não estava mais. Durante a conversa ao telefone ela [a jovem] ouviu do outro interlocutor que ele [JAIRO LUÍS PEDROZO] era o pai do Pedro que trabalhava no local. Confirmou pra mim este fato e disse ainda que ele [JAIRO LUÍS PEDROZO] poderia estar trabalhando na Defesa Civil ou na Secretaria de Transportes. Estes Departamentos ficam no andar térreo - eu estava no pavimento superior.
Fui a Defesa Civil e perguntei se o senhor JAIRO LUÍS PEDROZO trabalhava naquele local. O GM que me atendeu disse que não trabalhava. Fui ao lado, no "Transportes". Também fui informado que JAIRO LUÍS PEDROZO não trabalhava lá.
Me dirigi ao SAAE que fica localizado na saída de onde eu estava, ao lado direito, perto da Emdel. Lá perguntei para outra funcionária que trabalha há anos na autarquia se JAIRO LUÍS PEDROZO trabalhava ali. Inicialmente ela falou que o conhecia, porém não soube precisar se trabalhava naquele local. Indignado perguntei-lhe então se pelo menos ele trabalhava lá. Ela falou que lá dentro não, mas com um ar desconfiado, falou para que eu perguntasse no Recursos Humanos [RH] - sala ao lado. Finalizou dizendo que era hora do almoço do responsável do setor de RH e pediu para que eu voltasse depois das 13h00.
Ao voltar depois do almoço, seo JAIRO LUÍS PEDROZO - que foi contatado via telefone por essa funcionária [ele mesmo disse isso] veio ao meu encontro portando um capacete nas mãos, gritando e aos berros dizendo que eu estava enchendo o saco dele; que eu tinha ido aos departamentos perguntar por ele, que o filho dele estava nervoso e é estagiário na Secretaria de Obras. Disse e repetiu que estava processando o Jornal é!. Que estava pedindo indenização. Primeiro queria me expulsar do local, diga-se, público, depois queria e pedia insistentemente que a polícia fosse chamada. O senhor JAIRO LUÍS PEDROZO estava visivelmente alterado e fora de si. Descontrolado, acusava pessoas do governo anterior e disse que o jornal é! está enchendo o saco dele. Bastante desequilibrado afirmava aos berros que o senhor Hamilton Pereira é meu sócio e que eu era um incompetente. Toda a repartição parou para assistir aquela cena. Compareceram GMs na autarquia e funcionários de outros setores para saber o que estava acontecendo.
Detalhe: O Secretário e presidente do SAAE, Rene Apparecido Franco Soares Filho, assistiu a tudo. Esteve no local dos fatos e presenciou o destempero do cidadão JAIRO LUÍS PEDROZO.
Rene gentilmente conversou com este jornalista e falou que o senhor JAIRO LUÍS PEDROZO trabalha na fiscalização de obras da autarquia.
Esqueci de lhe perguntar se ele JAIRO LUÍS PEDROZO é técnico ou engenheiro, mesmo porque para esta tarefa me parece ser indispensável uma formação profissional nesta área e, além de acreditar que essa função deve ser exercida por profissionais concursados, efetivos.
Sobre a informação do senhor JAIRO LUÍS PEDROZO estar processando o jornal é!; isto foi uma surpresa e creio que quando o Jornal for notificado, a direção da empresa encaminhará a documentação ao departamento jurídico para tomar as medidas jurídicas necessárias.
Faço questão de deixar registrado aqui que NINGUÉM, no grito, vai intimidar este que vos escreve, muito menos o senhor JAIRO LUÍS PEDROZO.
COMENTÁRIO: em Limeira as pessoas não estão acostumadas com transparência e fiscalização no poder público. Vão ter que acostumar.
